Com o objetivo de promover o melhoramento genético e impulsionar a produção leiteira em Alagoas, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) encerrou 2024 com a formação de mais de 120 alunos no Curso de Inseminação Artificial em Bovinos. A iniciativa, realizada em parceria com a Prefeitura de Batalha, acontece no Parque de Exposições Mair Amaral e é voltada para pequenos e médios produtores, além de técnicos e estudantes interessados em biotecnologia para a pecuária.
Desde 1995, o curso tem sido um marco no desenvolvimento genético do rebanho bovino no estado, capacitando profissionais e produtores de Alagoas e de outras regiões, como Bahia, Sergipe e Pernambuco. Neste ano, os participantes tiveram acesso a novos kits com manequins que aprimoraram as aulas práticas, fortalecendo o aprendizado no método Shiva de inseminação artificial.
A médica veterinária Natália Costa, recém-formada no curso, destacou a relevância da inseminação artificial no contexto da pecuária moderna.
“Para mim, a inseminação artificial é uma das biotecnologias mais importantes na reprodução de bovinos, pois permite a disseminação de material genético de alta qualidade, melhorando o rebanho em termos de produção de leite ou carne. Além disso, ela oferece maior controle sanitário, reduzindo o risco de transmissão de doenças reprodutivas. Também possibilita o planejamento genético de longo prazo, o que é fundamental para a eficiência econômica das fazendas”, afirmou.
O curso, que tem duração de 40 horas, combina teoria e prática, abrangendo temas como histórico e vantagens da inseminação artificial, manejo de botijão de nitrogênio, reconhecimento de cio, estudo do aparelho reprodutivo e treinamento prático com manequins e vacas. A avaliação final obteve uma média de 4.9, em uma escala de 5, refletindo a alta qualidade da capacitação oferecida.
O médico veterinário Rogério Madero, responsável pelo curso, destacou a importância da inseminação artificial para a sustentabilidade da pecuária alagoana e a fixação dos pequenos produtores no campo.
“Para os que já trabalham na área, a importância é que sempre tem novidades com relação a essa tecnologia, para os que pensam em trabalhar com Inseminação Artificial. É que hoje não se consegue competir no mercado sem o uso da IA, pois tem que ter produtividade, ou seja, produzir mais gastando menos. A maior vantagem da inseminação para os pequenos produtores é que estamos conseguindo fixar o homem aqui na sua terrinha. Pois tendo uma boa produtividade, consegue sobreviver, aqui, sem a necessidade de ir para outras regiões em busca de sobrevivência”, explicou.
O investimento no curso reflete a estratégia do Governo de Alagoas de democratizar o acesso às biotecnologias no meio rural, promovendo inclusão produtiva e inovação tecnológica na pecuária. Com quase três décadas de existência, o curso segue consolidando sua relevância no fortalecimento da cadeia produtiva leiteira e no desenvolvimento sustentável da região.