A pergunta é de um influente interlocutor da política alagoana. “Você já viu algum prefeito do grupo de Lira dizer que vota em JHC? E você já viu o JHC dizer que vota em Lira”?
Nos dois casos, confesso, não consegui dar a resposta. Mas ele próprio respondeu: “o JHC nunca declarou voto em Lira para o Senado e eu até hoje não vi nenhum prefeito ligado ao presidente da Câmara dos Deputados declarar a intenção de votar no JHC se ele for candidato a governador”, emendou.
Pelas estimativas do grupo do governador Paulo Dantas, dos 27 prefeitos eleitos pelo PP de Arthur Lira, pelo menos 18 tem compromisso de votar com o candidato do governo, que deve ser Renan Filho, além de garantir um voto para o Senado, garantindo o segundo para o Senado para um nome do governo, que será o de Renan Calheiros.
Esse cenário não seria o único complicador para uma eventual aliança entre Arthur Lira e JHC em 2026. Os dois, considerando que Eudócia Caldas vai assumir a vaga no Senado (ela é primeira suplente) no lugar de Rodrigo Cunha, deve enfrentar um “conflito” de interesses explícito a partir de janeiro.
O prefeito de Maceió conseguiu, com a manobra de colocar Rodrigo Cunha como seu vice, abrir vaga para a mãe dele. Em 2026 teria que convencer a mãe a não disputar a reeleição para apoiar Arthur Lira.
O apoio simultâneo a Lira e a Eudócia é considerado pouco provável, embora possível. No caso da mãe disputar a reeleição, JHC pode até pedir voto para um segundo candidato, mas certamente vai concentrar todos os esforços na reeleição de Eudócia.
Resta ainda a possibilidade de que o próprio JHC seja o candidato a senador. Na avaliação de muitos políticos, ele abriu vaga para a mãe, para “guardar” a vaga para ele.
Para Arthur Lira, o ideal seria JHC deixar a prefeitura de Maceió para disputar o governo, tendo ele como candidato principal ao Senado. Esse cenário, apesar de possível ainda não é o mais provável, até porque há quem acredite que se Renan Filho for candidato ao governo, JHC fica na prefeitura ou sai para disputar o Senado.
Mas essa é outra história.
Fonte – Blog do Edivaldo Júnior
