Entre a véspera de Natal (24) e o domingo seguinte (27), o Brasil viveu um feriadão intenso, com muitas compras para presentes, reuniões familiares e agitação social nas ruas. Durante uma pandemia.
Exatamente neste período, só em Alagoas foram registrados mais 1.373 casos confirmados de Covid-19, dentre os mais de 8.900 casos que aguardam o resultado. Não menos importante, nestes quatro dias foram registrados mais 28 óbitos provocados pela doença.
A implicação é que as reuniões familiares, festas clandestinas com aglomerações por todo estado e relaxamento no distanciamento social podem cobrar caro na próxima janela de contágio.
Cansada ou se sentindo invencível, a população parece ter se esquecido: o contágio do novo coronavírus é forte. E a conta não é cobrada à vista, mas sim a longo prazo.
Bem, necessariamente não tão longo, mas curto na verdade: por média, leva-se de 7 a 11 dias para uma pessoa infectada perceber os primeiros sintomas. E se infelizmente estes forem graves, em menos de uma semana já é possível notar uma perigosa falta de ar. Frio dizer, mas tudo indica que a conta destes dias de celebração será cobrada logo no início de janeiro.
Esses dados sobre o período de incubação passamos praticamente um ano ouvindo. O problema é que junto com um governo que não cuida nem vacina, mais a desinformação, temos o cansaço e frustração da população que tratou esse como o último Natal a ser celebrado. Ou como se nada estivesse acontecendo.
E ainda temos o réveillon. Uma tempestade perfeita de mais aglomerações, das pessoas recém infectadas, seja as assintomáticas ou as que ainda não sentiram os sintomas, espalhando este vírus para mais pessoas ainda.
O curioso é que na passagem do ano, a esperança coletiva é a de jogar no lixo este (péssimo) 2020 e começar do zero o próximo ano. Mas com o contágio tão avançado, um distanciamento social tão relaxado, e uma ausência total de plano de vacinação, 2021, infelizmente, promete mais desta situação de pandemia.
Fonte – É Assim