Em 2021, a medicina mundial registrou um marco histórico com a realização do primeiro transplante duplo de braços e ombros. A cirurgia, conduzida por uma equipe multidisciplinar no Hospital Edouard Herriot, em Lyon, na França, teve duração de 15 horas e representou um avanço sem precedentes, já que até então os transplantes de membros superiores não incluíam a região dos ombros.
O paciente, um islandês de 48 anos, enfrentava as sequelas de um grave acidente ocorrido quando tinha 26 anos, ao sofrer uma eletrocussão ao tocar uma linha de alta tensão, o que resultou na perda dos dois braços. O procedimento ofereceu a ele uma nova perspectiva de autonomia e qualidade de vida.
Esse avanço foi possível graças a uma trajetória de inovações médicas anteriores. Em 2008, na Alemanha, foi realizado o primeiro transplante duplo de braços completos, um feito que abriu caminho para cirurgias mais complexas.
Ainda antes disso, em 2000, o renomado cirurgião francês Jean-Michel Dubernard já havia liderado o primeiro transplante de mãos e antebraços, também na França — um marco que pavimentou o terreno para que, duas décadas depois, a medicina alcançasse o desafio de incluir os ombros na reconstrução de membros.













