O governo brasileiro instituiu oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) durante a Cúpula do Clima realizada em Belém (PA) nesta quinta-feira (6). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a iniciativa a representantes de outras nações, convidando-as a integrar o mecanismo de financiamento destinado a mais de 70 países com florestas tropicais, incluindo o Brasil.
“As florestas valem mais em pé do que derrubadas. Elas deveriam integrar o PIB dos nossos países. Os serviços ecossistêmicos precisam ser remunerados assim como as pessoas que protegem as florestas”, declarou o presidente durante o evento.
Conforme explicado pela administração federal, o TFFF funcionará como instrumento financeiro complementar aos mecanismos existentes de pagamento pela redução de emissões de gases de efeito estufa. O modelo prevê investimentos soberanos de nações desenvolvidas e em desenvolvimento para constituição de fundo de capital misto.
A proposta estabelece meta inicial de US$ 25 bilhões em aportes governamentais, com perspectiva de alcançar US$ 125 bilhões mediante participação do setor privado. Os rendimentos provenientes de aplicações em projetos rentáveis financiarão a conservação florestal por hectare preservado.
A estrutura determina que 20% dos recursos sejam destinados a populações indígenas e comunidades tradicionais. O monitoramento das áreas protegidas será realizado via satélite, com verificação do cumprimento da meta de desmatamento abaixo de 0,5% nos países participantes.
O governo brasileiro efetuou contribuição inicial de US$ 1 bilhão em setembro, durante apresentação preliminar da iniciativa. O Banco Mundial sediará o mecanismo financeiro e o secretariado do fundo, que contará com modelo de governança classificado como inovador.
Diversos países detentores de florestas tropicais e nações financiadoras já manifestaram apoio à proposta, segundo informações da presidência. O anúncio ocorre em meio aos preparativos para a COP30, marcada para 2025 em Belém.













