O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar confiante na possibilidade de fechar um acordo para solucionar a crise tarifária com os Estados Unidos, mas reconheceu que isso não ocorrerá na reunião prevista com Donald Trump no final de semana.
“Se eu não acreditasse que fosse possível fazer um acordo, eu não participaria da reunião. Se bem que o acordo certamente não será feito amanhã ou depois de amanhã. Ele será feito pelos negociadores que vão ter que sentar junto com o pessoal do governo americano para negociar”, disse Lula.
O presidente não quis arriscar uma data para a conclusão das negociações: “Eu queria que fosse ontem, mas se for amanhã já está bom”. Três ministros já estão envolvidos nas tratativas com os Estados Unidos: o vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumula a pasta da Indústria e Comércio, Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Segundo Lula, todos os temas poderão ser discutidos no encontro, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza, a crise envolvendo Estados Unidos e Venezuela e a possibilidade de exploração de terras raras pelos dois países.
“O Brasil tem interesse em recolocar a verdade na mesa, mostrar que os Estados Unidos não são deficitários (no comércio com o Brasil), portanto não tem explicação a taxação feita ao Brasil. Também não tem explicação a punição de ministros nossos, a personalidades públicas brasileiras, porque eles não cometeram nenhum erro, eles estão cumprindo a Constituição do meu país”, afirmou Lula.
Ele acrescentou: “Se o presidente Trump quiser discutir qualquer outro assunto, Rússia, Venezuela, sabe, eu estou aberto a discutir qualquer assunto. O que é importante é o seguinte: nós não temos veto a nenhum assunto. Qualquer assunto que for colocado na mesa, a gente vai discutir o assunto”.
As declarações foram feitas ao final da visita de Estado de Lula à Indonésia, na madrugada desta sexta-feira (24). De Jacarta, o presidente embarcará para Kuala Lumpur, na Malásia, onde participará da cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) durante o final de semana.
O encontro com Trump está previsto para a tarde de domingo (26), às margens da cúpula, mas ainda não foi confirmado pelo Palácio do Planalto nem pela Casa Branca. Existe um espaço na agenda de Trump para uma reunião bilateral “a ser anunciada”. O governo brasileiro tem sido cauteloso e só deve confirmar o encontro após a confirmação da Casa Branca.













