Com a nomeação de Guilherme Boulos (PSol) para a Secretaria-Geral da Presidência, a vaga de deputado federal pode ser ocupada pelo cientista Ricardo Galvão, ex-diretor do Inpe demitido após embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre dados de desmatamento da Amazônia.
Galvão, atual presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi eleito suplente pela coligação PSol/Rede em 2022. O físico, reconhecido internacionalmente e premiado pela revista Nature em 2019, esteve no centro de uma controvérsia em 2019 quando, como diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), defendeu a precisão dos dados de desmatamento contestados publicamente por Bolsonaro.
O então presidente havia acusado o instituto de “mentir” e atuar “a serviço de alguma ONG”. Galvão defendeu publicamente os dados e o trabalho dos profissionais do Inpe, cuja excelência técnica é reconhecida mundialmente na área de monitoramento ambiental, e foi exonerado do cargo poucos dias depois, após quatro anos à frente do Inpe.
Apesar de eleito suplente, o cientista nunca exerceu mandato parlamentar e foi nomeado por Lula para presidir o CNPq em 2023. Procurado, não se manifestou sobre a possibilidade de deixar o cargo atual para assumir a vaga na Câmara.
A nomeação de Boulos como ministro deve ser anunciada oficialmente antes da viagem de Lula à Ásia, conforme adiantado pela coluna Igor Gadelha. O atual ocupante da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo (PT), deverá ser substituído.