Numa ótima entrevista à Folha de São Paulo, o ex-ministro José Dirceu, um dos políticos mais brilhantes da sua geração, mostrou que continua afiado na sua visão política estratégica, fazendo uma leitura realista do atual cenário político nacional.
Vale a pena conferir.
Contrariando boa parte da esquerda e dos seus aliados, Dirceu, que será candidato a deputado federal no próximo ano, defende, por exemplo, que Bolsonaro cumpra a sua prisão em casa, “como acontece com Collor”.
E explica com a condição de saúde dos ex-presidentes, com o que eu concordo.
Apontando para 2026, ele é objetivo quando fala da futura chapa de Lula:
- Eu não sou a favor de tirar o Alckmin. É uma decisão que cabe ao presidente, aos dois partidos. Mas São Paulo exige uma chapa forte, porque nós ganhamos a eleição no Nordeste, mas podemos perder aqui.
E reforça, levando em conta, inclusive, a saúde de Lula, “que vai muito bem”:
- Eu acho que a chapa ideal é Lula e Geraldo Alckmin.
A alternativa, segundo ele, seria o ministro Haddad.
Sem fazer críticas diretamente ao MDB, ele lembrou que só uma parte da legenda apoiou Lula, já no segundo turno.
É verdade que os senadores Renan pai e Renan Filho estiveram desde o início da campanha com o petista, mas ele sabe que esse comportamento deve se repetir no próximo ano.
Só que Lula, por óbvio, vai precisar de um nome de peso para sustentar sua candidatura no maior colégio eleitoral do país.
Fonte – Cada Minuto / Ricardo Mota