O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou à equipe econômica que estude alternativas para reduzir ou até eliminar a cobrança de tarifas de ônibus no Brasil. A proposta, que surge a menos de um ano e meio das eleições de 2026, tem potencial para se tornar uma das principais bandeiras do governo federal.
A discussão ganhou força após conversas de Lula com aliados próximos, especialmente o deputado federal Jilmar Tatto, defensor histórico da gratuidade no transporte público. O tema, embora não seja novo, voltou ao centro do debate político com o objetivo de enfrentar os desafios estruturais do sistema de transporte coletivo.
A inspiração para a ideia veio de uma proposta apresentada em 2012, quando Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, concorreu à Prefeitura de São Paulo. Na época, o plano previa financiar a tarifa zero com a cobrança de R$ 1 adicional por litro de gasolina vendido, solução viável num cenário de combustíveis mais baratos.
Diante do contexto econômico atual, no entanto, a equipe do governo reconhece que o desafio é maior. Lula pediu que Haddad aprofunde os estudos para avaliar os impactos fiscais e operacionais de uma eventual gratuidade nacional. Jilmar Tatto alertou o presidente para a crise no setor: tarifas elevadas afastam usuários, o que gera queda na arrecadação e aumenta a pressão das empresas por novos reajustes, alimentando um ciclo insustentável.
Enquanto a ideia de adotar tarifa zero em todo o país é avaliada, membros da equipe econômica sugerem alternativas mais pontuais. Uma das possibilidades em discussão é oferecer transporte gratuito em dias específicos, como domingos e feriados — modelo já adotado em cidades como São Paulo, Brasília, Belém e Vitória. Outras referências, como a meia tarifa aplicada em Curitiba, também estão sendo consideradas como ponto de partida para uma política pública em nível nacional.