O secretário estadual da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite (PL), afirmou nesta sexta-feira (26) que o Primeiro Comando da Capital (PCC) possui um grupo de elite, denominado “Restrita Tática,” especializado em atentados contra autoridades e na execução de roubos e assassinatos.
Em um Simpósio Nacional de Segurança Pública em São Paulo, Derrite explicou que essa divisão treina criminosos para usar armamentos de grosso calibre, citando como exemplo o assassinato do ex-delegado-geral de SP, Ruy Ferraz Fontes.
“De uns anos para cá, eles montaram um grupo da organização criminosa chamado ‘Restrita tática’. Os indivíduos dessa restrita tática são treinados para realizarem atentados contra autoridades. Eles passam por treinamentos com diversos armamentos,” explicou o secretário.
Derrite enfatizou que o crime organizado não pode ser subestimado e deve ser combatido com “muita inteligência e tolerância zero,” devido à sua periculosidade, evidenciada pelo que fizeram com o Dr. Ruy.
O secretário também confirmou que a polícia identificou um dos atiradores envolvidos no assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ocorrido na Praia Grande. O suspeito é Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, que está entre os oito presos pela participação no crime.
De acordo com Derrite, o depoimento de outro preso e perícias feitas em celulares dos suspeitos indicam que Jaguar estava na cena do crime no dia 15 de setembro.
“O atirador, a gente pode cravar pelos indícios, é o Jaguar que está preso. Esse a gente pode cravar porque, além do termo de depoimento de um dos presos, o Luiz que está preso, que tinha o apelido de Fofão, no aparelho celular dele foram extraídas informações que ele – Fofão – tinha levado o Jaguar para um outro endereço, dado fuga e que ele seria um dos atiradores [contra o delegado],” detalhou o secretário.
A polícia aguarda exames periciais e balísticos nos armamentos, que ainda precisam ser encontrados, para obter a comprovação definitiva.
Defesa de Jaguar Nega Envolvimento e Alega Álibi
A defesa de Rafael Simões nega veementemente a participação dele no assassinato. O advogado Adonirã Correia informou que o cliente possui como comprovar que estava buscando a filha na escola e trabalhando no momento do crime.
Rafael Simões, que se entregou à Polícia de São Vicente em 20 de setembro, após ter a prisão temporária decretada, agiu sob orientação de seus advogados para preservar sua vida e a da família. Segundo a defesa, ele havia abandonado o crime e eles confiam que o caso será esclarecido e ele será liberado, apresentando comprovantes de ponto para sustentar o álibi.
Fonte: G1