Um novo levantamento do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, produzido pelo Todos Pela Educação em parceria com a Fundação Santillana e a Editora Moderna, expôs fragilidades estruturais na rede pública de ensino em Alagoas. O documento, que reúne indicadores nacionais e estaduais para orientar políticas educacionais, mostra que apenas 34,1% das escolas públicas alagoanas estão ligadas à rede de esgoto.
O estado conta atualmente com 2.907 escolas e cerca de 746 mil estudantes, dentro do universo de 42,8 milhões de alunos matriculados em todo o Brasil. Apesar de alguns avanços, os dados revelam desafios persistentes:
- 100% têm banheiros próprios;
- 93,2% contam com cozinha;
- 98,7% oferecem água potável;
- 99,2% têm energia elétrica da rede pública;
- 34,1% estão ligadas à rede de esgoto;
- 85,3% dispõem de coleta de lixo;
- 55,1% possuem salas climatizadas.
Em relação ao acesso à energia elétrica, a situação representa um retrocesso: enquanto a edição anterior do Anuário registrava cobertura total, os dados mais recentes apontam que 3,6% das escolas estão hoje sem energia confiável ou mesmo sem internet, o que compromete a adoção de metodologias digitais e híbridas de ensino.
O impacto dessa precariedade também se reflete nos índices de aprendizagem. Entre 100 crianças em Alagoas, 84 concluem o ensino fundamental aos 16 anos e 63 finalizam o ensino médio aos 19, números abaixo da média nacional, que é de 86% e 71%, respectivamente.
O diagnóstico reforça a necessidade de investimentos estruturais urgentes para que o estado consiga não apenas garantir condições básicas de funcionamento nas escolas, mas também avançar na qualidade da educação e reduzir desigualdades históricas.