As novas sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a autoridades brasileiras sepultaram as chances de o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ser nomeado líder da Minoria na Câmara. Aliados consideram que a negativa oficializada pelo presidente da Casa, Hugo Motta, é uma consequência direta das medidas anunciadas por Trump na segunda-feira (22).
Nessa rodada de represálias, o governo americano sancionou Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, e também revogou vistos de outras autoridades brasileiras, como o advogado-geral da União, Jorge Messias. Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde março, já havia admitido que atuava para que Trump aplicasse sanções contra o Brasil e autoridades locais, como uma forma de pressionar por uma anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado.
O deputado argumenta que o Executivo e o Judiciário brasileiros estão atentando contra a democracia e perseguindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Jair Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Sem o cargo de liderança, Eduardo Bolsonaro pode perder seu mandato. O regimento da Câmara prevê a cassação de um deputado que falte a um terço das votações em plenário. Desde março, o parlamentar tem acumulado faltas, incluindo em sessões virtuais. A nomeação como líder da Minoria, uma estratégia do PL para justificar as faltas e evitar a perda do mandato, agora se mostra inviável, de acordo com a decisão da Mesa Diretora.