Nos últimos meses, a Câmara dos Deputados deixou em segundo plano projetos estratégicos do Palácio do Planalto e concentrou esforços em matérias de interesse corporativo e da oposição. Do total de 42 propostas elencadas como prioridade pela Secretaria de Relações Institucionais em fevereiro, apenas 18 foram aprovadas.
Nesse cenário, a figura do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) continua a pesar na condução das votações. Ele é relator do projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês — considerada a principal aposta eleitoral de Lula para 2026. O atual presidente da Casa, Antonio Motta, reconheceu nesta segunda-feira, 23, que a data da votação dependerá do aval dos partidos e que Lira terá papel central na apresentação do relatório.
“Alinhamos a participação dele (Arthur Lira) no colégio de líderes para detalhar seu relatório. Depende do colégio de líderes (definir a data de votação)”, afirmou Motta.
A medida enfrenta obstáculos. A pauta da Câmara pode ser trancada a partir desta terça-feira caso não seja analisado o projeto que recompõe trechos vetados da Lei de Licenciamento Ambiental, em regime de urgência constitucional. Ministros do governo discutem retirar essa urgência para destravar o calendário, mas há receio de que a oposição use o espaço para acelerar a chamada “anistia” aos envolvidos no 8 de janeiro — proposta que o governo tenta evitar.
Fonte: Jornal Extra de Alagoas