Nesta segunda-feira (22), autoridades palestinas inauguraram oficialmente a Embaixada da Palestina em Londres, transformando o antigo escritório de representação na capital britânica. A cerimônia acontece um dia após o Reino Unido, Austrália e Canadá reconhecerem formalmente o Estado da Palestina.
Durante a cerimônia, Husam Zomlot, representante da missão palestina no Reino Unido, ergueu a bandeira da Palestina no prédio da nova embaixada. O evento contou ainda com a presença de integrantes do governo britânico.
“Trata-se de pôr fim à negação do direito inalienável do povo palestino à liberdade e à autodeterminação. E é o reconhecimento de uma injustiça histórica. Senhoras e senhores, a Palestina existe. Sempre existiu e sempre existirá”, afirmou Zomlot.
Reconhecimento do Estado palestino
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, havia anunciado em 29 de julho que o reconhecimento formal da Palestina aconteceria em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU. Segundo ele, a decisão dependeria de avanços de Israel em direção a um cessar-fogo em Gaza e de negociações que possibilitassem a solução de dois Estados.
Diante da piora da crise humanitária e da estagnação das negociações diplomáticas, o primeiro-ministro britânico optou por avançar com o reconhecimento da Palestina. A decisão se insere em um cenário no qual diversos países da Europa e da América Latina já formalizaram o reconhecimento, aumentando a pressão internacional sobre Israel.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou neste domingo que o Canadá reconhece oficialmente o Estado da Palestina. Em comunicado nas redes sociais, Carney destacou que o país oferecerá apoio para construir um futuro pacífico tanto para a Palestina quanto para Israel.
A medida de reconhecimento da Palestina gerou críticas entre conservadores britânicos, que questionam sua eficácia prática. Israel repudiou a decisão, afirmando que ela beneficia o terrorismo e o Hamas, opinião compartilhada pelo presidente americano Donald Trump.
Ao mesmo tempo, a iniciativa é vista como um gesto político contra a expansão de assentamentos e a presença militar israelense nos territórios. França e Arábia Saudita lideram esforços diplomáticos para estimular outros países a seguirem o mesmo caminho.