A Procuradoria-Geral da República (PGR) responsabiliza o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, por participar da elaboração da narrativa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas.
Segundo a denúncia, Augusto Heleno teria colaborado com o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, na elaboração do discurso de Jair Bolsonaro e teria concordado com ações de espionagem ilegal em benefício do ex-presidente.
“As anotações e falas públicas de Augusto Heleno, ao longo do governo Bolsonaro, não deixam dúvidas de sua inclinação a ideias que desafiam a harmonia institucional e promovem o acirramento entre os Poderes”, diz o procurador-geral, Paulo Gonet. “Mais do que simples abstrações, comprovou-se que Augusto Heleno efetivamente direcionou o aparato estatal em torno de suas concepções antidemocráticas”, destaca Gonet.
Entre os oito réus do núcleo central da trama golpista, a seção dedicada a Augusto Heleno é a menor nas alegações finais da Procuradoria. As evidências apresentadas contra o general da reserva se limitam a trechos de discursos e anotações dispersas encontradas em um caderno apreendido durante a investigação.
Heleno, considerado um militar exemplar, é um dos poucos tríplices coroados do Exército, título reservado àqueles que conquistaram o primeiro lugar nos três cursos mais importantes da carreira militar. Historicamente, apenas o ex-presidente da ditadura João Baptista Figueiredo também recebeu tal distinção.
Enfrentando julgamento, Augusto Heleno pode ter sua carreira na reserva militar encerrada. Uma eventual condenação o classificaria como “morto fictício” dentro das Forças Armadas, categoria atribuída a militares expulsos por decisões da Justiça.








 
			 
			




