Carregando consigo a imagem de ser o mais habilidoso dos políticos de Alagoas, e um dos mais articulados no cenário nacional, Renan Calheiros (MDB/AL) vive a ansiedade de no próximo ano disputar sua quinta reeleição para o Senado Federal.
E é, seguramente, a eleição mais preocupante dentre tantas que ele disputou em quase cinco décadas de atividade política.
A saber:
- em 2026 estará com 71 anos;
- nessa idade, seria certamente sua última candidatura a um cargo eletivo;
- se ganhar, fechará com chave de ouro sua vitoriosa carreira; se perder, dificilmente terá oportunidade de encarar nova campanha, pelo desgaste de eventual derota e até pela idade;
- haverá duas vagas em disputa no próximo ano e o principal concorrente deve ser o deputado federal Arthur Lira (PP/AL), seu principal rival inclusive em litígios judiciais;
- apesar da força do MDB no Estado, Renan tem alta rejeição junto ao eleitorado mais esclarecido, especialmente em Maceió, maior colégio eleitoral de Alagoas;
- nas duas últimas disputas de senador, foi eleito apenas como o segundo mais votado – ficou atrás de Benedito de Lira, em 2010, e de Rodrigo Cunha, em 2018;
- se surgir um nome competitivo para também concorrer ao Senado no próximo ano, suas chances de ficar com uma das duas vagas diminuirão consideravelmente.
A trajetória de Renan Calheiros inclui, seguidamente, mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador – incluindo a presidência do Senado Federal e o exercício do cargo de Ministro da Justiça, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Nas duas vezes em que buscou o Executivo se deu mal: foi derrotado por Guiherme Palmeira, em 1988, ao tentar ser prefeito de Maceió, e por Geraldo Bulhões, em 1990, ao concorrer ao governo de Alagoas.
Para Renan, conseguir em 2026 um quinto mandato de senador é uma questão de honra, muito mais do que simplesmente de sobrevivência política.
O clima para ele já é de tudo ou nada.
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros