Caso não se alcance um acordo abrangente com as autoridades sobre o afundamento do solo em Maceió, o empresário Nelson Tanure poderá desistir da compra do controle da Braskem. O impasse estaria ligado às questões de indenizações e responsabilidades legais geradas pelas atividades de extração de sal-gema na região.
Em entrevista à Reuters, Tanure declarou que avançar com a oferta depende da celebração de um acordo que envolva todas as partes interessadas. Ele ressaltou a importância de garantir que não haja transferência de responsabilidade penal e de estabelecer previamente uma solução financeira para o caso.
“Um acordo com todas as entidades envolvidas no desastre de Alagoas é ‘sine qua non’. Sobretudo da não transferência da responsabilidade penal e de equacionamento financeiro para os novos acionistas”, o empresário comentou na segunda-feira (11), sem fornecer detalhes sobre seus planos.
Nelson Tanure garantiu, em maio, um período de exclusividade de 90 dias para negociar a compra da participação da Novonor na Braskem. A Petrobras, que atua como sócia e controladora ao lado da Novonor, detém o direito de preferência na negociação. Esse prazo de exclusividade está previsto para expirar em 21 de agosto.
Desde então, Tanure tem se dedicado a resolver questões jurídicas pendentes relacionadas ao caso. A Braskem, por sua vez, já desembolsou cerca de R$ 13 bilhões em indenizações para as famílias afetadas e realocadas devido ao afundamento do solo em Maceió.
Paralelamente, a IG4 Capital avalia apresentar uma proposta alternativa após o fim do período de exclusividade. Em outra frente, a Unipar está em negociação para adquirir fábricas da Braskem nos Estados Unidos por aproximadamente US$ 1 bilhão, operação que não conta com o apoio de Tanure nem da IG4 Capital.