A febre oropouche, antes restrita à Região Amazônica, se espalhou rapidamente pelo Brasil e já alcançou 18 estados e o Distrito Federal, com mais de 11 mil casos confirmados só em 2025. O Espírito Santo lidera os registros e concentra também uma das mortes causadas pela doença, que já fez cinco vítimas neste ano. O vírus, transmitido pelo mosquito maruim, causa sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, como febre e dores no corpo, e pode gerar complicações na gravidez.
Pesquisas apontam que uma nova linhagem do vírus, surgida no Amazonas, se disseminou a partir de áreas com desmatamento recente e foi transportada por pessoas infectadas. O maruim se reproduz em ambientes úmidos e com matéria orgânica em decomposição, comuns em regiões periurbanas com plantações. As mudanças climáticas e eventos extremos como o El Niño também contribuíram significativamente para o avanço da doença, segundo estudos internacionais.
O Ministério da Saúde intensificou o monitoramento e articula estratégias de combate, como o uso de inseticidas e orientação sobre medidas preventivas. A recomendação é que a população use roupas que cubram o corpo, telas nas janelas e evite acúmulo de matéria orgânica. Gestantes devem redobrar os cuidados, devido aos riscos de malformações e óbitos fetais. Profissionais de saúde estão sendo capacitados para identificar e diferenciar a oropouche de outras arboviroses.
O Espírito Santo e o Ceará são exemplos de como o vírus encontrou terreno fértil fora da Amazônia, com ambientes favoráveis e populações sem imunidade. Em ambos os estados, a doença se espalhou a partir de áreas agrícolas e migrou para centros urbanos. Autoridades locais investem em treinamentos clínicos e laboratoriais, mas reconhecem a complexidade do combate ao mosquito-pólvora, que exige soluções diferentes das aplicadas contra o Aedes aegypti.
*com informações do Extra