Uma comitiva de senadores brasileiros que viajou aos Estados Unidos na tentativa de negociar a suspensão das tarifas de 50% impostas a produtos do Brasil não tem encontros agendados com representantes do governo do presidente Donald Trump no primeiro dia de atividades oficiais, nesta segunda-feira (28).
De acordo com a agenda divulgada até o momento, os compromissos desta segunda envolvem apenas reuniões com representantes brasileiros e do setor privado norte-americano. O dia começa com um café da manhã de trabalho, às 9h30 (horário de Brasília), na residência oficial da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, que acompanha os parlamentares na missão. Também participa do encontro o diplomata Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na parte da tarde, às 14h (horário de Brasília), os senadores se reúnem com empresários e representantes do Brazil-U.S. Business Council, na sede da Câmara de Comércio dos Estados Unidos (U.S. Chamber of Commerce). Há ainda menção a “reuniões fechadas”, mas sem detalhes sobre os participantes.
As tarifas, que afetam uma série de produtos brasileiros, estão previstas para entrar em vigor em 1º de agosto. Os senadores permanecem nos Estados Unidos até quarta-feira (30), mas a agenda completa da missão ainda não foi divulgada pela assessoria de imprensa do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS).
A ausência de encontros com integrantes da administração republicana tem gerado críticas. A própria embaixadora Maria Luiza Viotti, que acompanha a delegação, não possui acesso de alto nível ao governo Trump, o que limita o alcance político da missão.
A comitiva oficial desembarcou nos EUA nesse domingo (27), com a chegada dos senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, e Rogério Carvalho (PT-SE). No sábado (26), cinco parlamentares que já estavam em território americano se reuniram em um hotel para discutir estratégias: Nelsinho Trad, Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC) e Fernando Farias (MDB-AL).
Sem interlocução direta com o alto escalão do governo norte-americano, o grupo enfrenta dificuldades para negociar antes que as tarifas passem a valer.