Alagoas ocupa a terceira colocação no ranking nacional de proporção de empresas inadimplentes, de acordo com levantamento da Serasa Experian. Em maio de 2025, o estado registrou 81.121 negócios com contas em atraso, o que corresponde a 39,9% das empresas ativas — percentual inferior apenas ao do Distrito Federal (42,4%) e do Pará (40,4%).
O dado faz parte da série histórica iniciada em março de 2016 e acompanha o crescimento das dificuldades financeiras entre os empreendimentos brasileiros. No total nacional, o número de empresas inadimplentes alcançou recorde histórico, com R$ 182,4 bilhões em dívidas acumuladas. Em média, cada negócio negativado manteve 7,3 contas em atraso, com ticket médio de R$ 3.255,40.
Micro e pequenas empresas lideram o endividamento
O cenário de inadimplência afeta, principalmente, os pequenos negócios. Das empresas em atraso, 7,3 milhões são micro e pequenas empresas, que somam 51,7 milhões de dívidas, representando um montante de R$ 164,1 bilhões. Já entre as empresas de maior porte, a Serasa identificou cerca de 32 mil médias e 23 mil grandes empresas com registros de inadimplência.
Serviços lideram entre os setores mais impactados
O setor de Serviços concentra a maior parte das empresas negativadas no país, com 53,7% do total. Em seguida estão o Comércio, com 34,1%, e a Indústria, com 8%. Os segmentos Financeiro, Terceiro Setor e Setor Primário completam a lista, com percentuais menores.
São Paulo lidera em números absolutos
Em termos absolutos, São Paulo segue liderando com o maior número de empresas inadimplentes: são 2,6 milhões de negócios em atraso. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 701,7 mil, seguido pelo Rio de Janeiro, com 695 mil empresas nessa condição.
O levantamento da Serasa reforça os desafios enfrentados pelos empresários em um cenário de juros elevados, crédito restrito e recuperação econômica ainda instável, especialmente para os pequenos negócios, que respondem pela maior parte da geração de empregos no país.
Especialistas alertam para impacto na economia local
A expressiva proporção de empresas inadimplentes em Alagoas preocupa especialistas, que apontam consequências como redução na oferta de serviços, dificuldade de acesso a crédito e retração de investimentos. O cenário também impacta negativamente a arrecadação estadual e os índices de geração de empregos.
Diante disso, cresce a expectativa por políticas públicas de incentivo e reestruturação financeira, que possam colaborar com a recuperação do setor produtivo no estado e em outras regiões do país.