Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode estar se preparando para deixar o Brasil com apoio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi publicada nesta quinta-feira (10) pela Folha de S.Paulo, com base em relatos de aliados próximos ao ex-chefe do Executivo, que admitem o temor de uma possível prisão.
Segundo a reportagem, Bolsonaro estaria “em pânico” diante do avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, que já o tornaram réu no STF e o deixaram inelegível até 2030. A possibilidade de uma ordem de prisão preventiva preocupa o ex-presidente, que, de acordo com ministros da Corte, estaria cogitando alternativas para evitar as consequências judiciais.
A suspeita de uma eventual fuga ganhou força após recentes manifestações públicas de Donald Trump em defesa de Bolsonaro. Em suas redes sociais, o republicano escreveu: “Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”, o que foi interpretado por integrantes do STF como uma tentativa de preparar o terreno para um possível pedido de asilo político.
Além das declarações, há outros sinais observados com atenção pelos ministros. Um deles foi a passagem de Bolsonaro pelos Estados Unidos no fim de 2022, período em que teria confidenciado a aliados um “pressentimento” sobre complicações judiciais no Brasil. Outro foi o episódio em fevereiro deste ano, quando o ex-presidente passou dois dias na embaixada da Hungria, após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal.
Nos bastidores, no entanto, aliados de Bolsonaro negam qualquer plano concreto de fuga. “Esse negócio do presidente sair do Brasil tem ZERO chance”, disse uma fonte próxima, segundo a colunista Mônica Bergamo. Ainda assim, o nervosismo nos círculos bolsonaristas é evidente. Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, está nos Estados Unidos desde março e se declarou “deputado em exílio”, chegando a pedir anistia ao governo brasileiro.
A crise diplomática entre Brasil e EUA também se intensificou nesta semana. Na quarta-feira (9), Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando que a medida é uma resposta à suposta perseguição sofrida por Bolsonaro. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com indignação e promete uma resposta proporcional, com base na lei da reciprocidade.