A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou reação imediata no Senado Federal. Um dos primeiros a se manifestar foi o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que cobrou uma resposta à altura por parte do governo brasileiro e classificou a medida como uma ameaça à independência comercial do país.
Em publicação feita na noite da última quinta-feira (9), Renan foi categórico:
“Soberania não se negocia.”
A frase resume a insatisfação do parlamentar diante da ofensiva americana, que tem previsão para entrar em vigor no dia 1º de agosto. Para o senador, não se trata apenas de uma questão econômica, mas de preservar o direito do Brasil de competir em condições justas no comércio internacional.
“A CAE do Senado puxou o tema e deu ao país, em apenas 48 horas, o meio legal para responder proporcionalmente às ameaças externas”, escreveu Renan na rede social X, ao defender a aprovação do Projeto de Lei 2088/2023, que autoriza a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a aplicar sanções contra países que impõem barreiras a produtos brasileiros.
A proposta foi elaborada em caráter de urgência pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, justamente para permitir que o Brasil tenha instrumentos formais de reação diante de medidas unilaterais, como a anunciada por Trump.
A fala de Renan ecoa uma defesa do protagonismo nacional nas relações exteriores, em um momento em que decisões externas podem impactar diretamente o agronegócio, a indústria e as exportações brasileiras. “Soberania não se negocia” deixa de ser apenas uma frase de efeito e passa a representar um posicionamento político frente a um cenário de possível retaliação econômica.