Os senadores Renan Calheiros e Eudócia Caldas, junto ao deputado federal Fernando Farias, votaram favoravelmente ao projeto que amplia o número de deputados federais de 513 para 531, medida que deve gerar um custo adicional estimado em R$ 95 milhões por ano para os cofres públicos.
A decisão do trio alagoano, acompanhando a maioria do Congresso, gerou críticas quanto à coerência entre o discurso recorrente de necessidade de cortes de gastos e a prática legislativa que amplia despesas com a máquina pública. O aumento do número de cadeiras não apenas representa mais gastos com salários e estruturas de gabinete, mas também com a redistribuição de emendas parlamentares, que movimentam dezenas de bilhões de reais ao ano.
Apesar de parlamentares e economistas ligados ao governo defenderem contenção fiscal e cortes em áreas sensíveis, como reajustes de aposentadorias, auxílios sociais e até o salário mínimo, a votação revela outra face do Legislativo, muitas vezes insensível ao impacto simbólico e financeiro dessas decisões.
A votação ainda repercute no debate sobre as prioridades do Congresso Nacional. Enquanto o país discute como conter o déficit público, cresce a percepção de que decisões como essa distanciam ainda mais o Parlamento das necessidades reais da população, sobretudo da parcela mais vulnerável, que vive sob a ameaça constante de perder direitos em nome da “responsabilidade fiscal”.
A ampliação no número de deputados ainda precisa ser confirmada nas próximas etapas legislativas.