O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, criticou duramente nesta quarta-feira (25/6) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após declarações do ministro contra o projeto que prevê o aumento do número de deputados federais no Congresso Nacional.
“É um governo analógico, com ministro da Fazenda improvisado, que não sabe nada de economia. Ainda quer se meter na política e acha que isso vai dar certo”, afirmou Sóstenes, em tom contundente.
Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, no portal Metrópoles, Haddad justificou sua oposição ao projeto alegando preocupações fiscais: “Não devíamos contratar novos gastos com a Selic a 15% (ao ano)”, disse o ministro.
O Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 177/23, em discussão no Senado nesta quarta-feira, propõe o aumento do número de deputados federais de 513 para 531. Segundo estimativas da direção-geral da Câmara, os 18 novos parlamentares podem gerar um custo adicional de R$ 64,4 milhões por ano aos cofres públicos.
O tema ganhou urgência após a possibilidade de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intervenha na definição das bancadas estaduais, caso o Congresso não aprove o projeto até o fim de junho. O TSE poderá redistribuir vagas com base nos dados populacionais do último censo, o que poderia acarretar a perda de cadeiras por alguns estados. Para evitar esse cenário, os parlamentares optaram por ampliar o total de vagas, ao invés de reduzir representações.
Sóstenes também interpretou a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta, de pautar o mérito do projeto como uma resposta direta à inação do Executivo. “É um governo lento que só reage quando o leite já derramou. Esse é o problema do atual governo”, disse.
Na semana passada, a urgência do projeto foi aprovada, e Hugo Motta classificou a possível votação como simbólica, representando o sentimento da Casa. Segundo ele, o governo ainda não apresentou uma resposta clara sobre os próximos passos em relação ao tema.