Os preços do petróleo registraram forte alta nesta sexta-feira (13), após uma nova escalada militar entre Israel e Irã. O conflito reacendeu o temor de interrupções no fornecimento global de energia, levando investidores a reagirem com compras intensas de commodities e ativos de menor risco.
Por volta das 7h20, o Brent — referência global do petróleo — subia 8,9%, vendido a US$ 75,55. Mais cedo, chegou a US$ 78,50, o maior nível desde 27 de janeiro. O petróleo WTI, referência nos EUA, avançava 9%, negociado a US$ 74,42, com pico de US$ 77,62, máxima desde 21 de janeiro.
“Os preços do petróleo sobem mais de 8% nesta sexta-feira (13), sendo negociados perto das máximas de vários meses depois que Israel lançou ataques em larga escala contra o Irã, provocando retaliações iranianas e aumentando preocupações sobre a interrupção do fornecimento de petróleo.”
A tensão no Oriente Médio eleva os riscos para o fluxo de petróleo no Estreito de Ormuz, uma das rotas mais críticas do comércio global da commodity, responsável por cerca de 20% do transporte marítimo de petróleo no mundo.
Investidores procuram ativos mais estáveis
Com o aumento da incerteza, investidores passaram a buscar ativos tradicionalmente considerados mais estáveis em momentos de turbulência geopolítica. O ouro, por exemplo, subiu 1% nesta manhã, alcançando US$ 3.416 a onça, aproximando-se de seu recorde de abril. O movimento reflete a preferência por proteção diante do cenário instável, junto com a valorização do dólar e do franco suíço.
Já os mercados acionários reagiram com queda. O índice Euro Stoxx 50 recuava 1,3%, acumulando cinco sessões consecutivas de perdas — a maior sequência negativa desde setembro de 2024.
Alta pode não se sustentar, dizem analistas
Embora o salto nos preços do petróleo tenha sido significativo, analistas ponderam que a continuidade da alta depende da evolução dos eventos no Oriente Médio. “A questão principal agora é se essa alta do petróleo durará mais do que o fim de semana ou uma semana. Nosso sinal é que há uma probabilidade menor de uma guerra total, e a alta do preço do petróleo provavelmente encontrará resistência”, avaliou Janiv Shah, da consultoria Rystad.
Especialistas do JPMorgan alertaram que, em um cenário mais extremo — com impacto direto sobre o Estreito de Ormuz — os preços do petróleo poderiam disparar para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril.
Enquanto isso, a Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição afirmou que suas instalações seguem operando normalmente, sem danos até o momento.
Apesar disso, os mercados seguem em estado de atenção máxima — e o preço do petróleo continua sendo o termômetro mais sensível dessa crise em desenvolvimento.