O Palácio do Planalto já se movimenta para garantir o controle político da possível Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que deve investigar fraudes nos descontos aplicados sobre benefícios do INSS. A prioridade do governo é clara: escalar aliados experientes para dominar os rumos da comissão desde sua formação.
Nos bastidores, o presidente Lula (PT) e sua equipe estudam repetir a fórmula usada na CPI da Covid e na CPMI do 8 de Janeiro. Para isso, devem convocar parlamentares com histórico de protagonismo e fidelidade à agenda do Executivo. Entre os nomes cotados estão os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), este último líder do governo no Congresso.
Também é cogitada a participação do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, reforçando o peso da base governista nas investigações.
A composição da CPMI será crucial para o Planalto. A ideia é evitar que a comissão se transforme em um palco de desgaste para o governo em ano pré-eleitoral. Por isso, além de tentar controlar os debates, o governo trabalha para que, caso instalada, a CPMI tenha duração curta e conclusões rápidas.
A articulação é uma tentativa de evitar que o escândalo envolvendo o INSS ganhe tração e afete a imagem do presidente Lula ou complique o cenário para a eleição de um sucessor em 2026.