A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, condenar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão, em razão da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Ainda é possível apresentar recurso contra a sentença. Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia acompanharam o voto do relator, e o julgamento ocorreu no plenário virtual.
Zambelli foi considerada culpada pelos crimes de invasão de sistema informático e falsidade ideológica. Além da pena de prisão, foi determinado que ela perca o mandato após o esgotamento dos recursos judiciais. A deputada também deverá pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, valor que será dividido com o hacker Walter Delgatti, que admitiu a autoria técnica da invasão e recebeu pena de 8 anos e 3 meses.
Segundo o Ministério Público Federal, Zambelli idealizou a ação criminosa com o objetivo de emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Delgatti teria executado o ataque cibernético por orientação direta da parlamentar, conforme revelaram as investigações. A defesa da deputada, em nota pública, criticou a condução do julgamento no formato virtual e alegou ausência de provas concretas contra ela.
Paralelamente, Zambelli também responde a outra ação penal no STF, relacionada a um episódio ocorrido em 2022, quando sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo, durante o período eleitoral. O caso aconteceu em São Paulo, após um desentendimento entre os dois durante um ato político. Até agora, seis ministros votaram por condená-la a 5 anos e 3 meses em regime semiaberto, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.