Apesar de avanços na última década, Alagoas voltou a figurar entre os estados mais violentos do país. Com 35,3 homicídios por 100 mil habitantes, o estado registrou em 2023 a sexta maior taxa de assassinatos do Brasil, segundo dados do Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12).
O índice supera com folga a média nacional, que foi de 21,2 por 100 mil. No ranking, Alagoas ficou atrás apenas de Amapá (57,4), Bahia (43,9), Pernambuco (38), Amazonas (36,8) e Roraima (35,9).
Além da alta taxa, o relatório mostra uma tendência preocupante: o aumento consecutivo nos homicídios nos dois últimos anos. Em 2023, foram 1.194 assassinatos registrados no estado — 5,1% a mais que os 1.136 de 2022. A taxa também subiu 4,7% no período, interrompendo a trajetória de queda observada entre 2013 e 2021.
“Alagoas entraria nesse seleto grupo se não fosse o aumento no indicador dos últimos dois anos”, aponta o Atlas, referindo-se ao conjunto de estados que conseguiram reduzir de forma consistente os homicídios desde meados da década passada.
Estado contesta metodologia
Em nota, o Governo de Alagoas pediu cautela na interpretação dos dados. Segundo o comunicado, o Atlas adota critérios diferentes dos utilizados pelo Ministério da Justiça, o que pode gerar distorções. O estado afirma que contabiliza todos os Crimes Violentos Letais Intencionais, incluindo casos ainda em investigação — o que nem todos os estados fazem.
Apesar disso, o governo destaca que o cenário atual é resultado de um esforço continuado de combate à violência. A taxa de homicídios caiu de 69,93 por 100 mil habitantes em 2012 para 33,10 em 2024, e a meta para este ano é encerrar com menos de mil casos.
“Esses resultados refletem investimentos consistentes em inteligência, tecnologia e produção de dados confiáveis, com monitoramento contínuo realizado pelo Núcleo de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Segurança Pública”, informou a gestão estadual.
Percepção de insegurança permanece
O Atlas também chama atenção para um dado subjetivo, mas relevante: a sensação de insegurança ainda é alta, mesmo nos estados onde os índices vêm caindo. “Vivenciamos um aumento da percepção de insegurança”, conclui o relatório.