A Polícia Civil de Alagoas identificou que uma organização criminosa investigada pela Operação Tenebris movimentou mais de R$ 100 milhões em pouco mais de dois anos. A ofensiva, deflagrada nesta sexta-feira (5) pela Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol), mirou núcleos envolvidos em lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, adulteração de veículos, corrupção passiva e peculato. Parte dos investigados utilizava estabelecimentos comerciais como fachada para atividades ilícitas.
Até o momento, 12 suspeitos foram presos. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão, além de mandados de busca e apreensão, incluindo sete direcionados a empresas ligadas ao grupo criminoso.
Renda incompatível e movimentações milionárias
De acordo com o delegado Thales Araújo, diretor da Dinpol, os presos atuavam diretamente na lavagem de capitais, movimentando valores incompatíveis com suas rendas.
“São pessoas que não têm renda declarada compatível. Recebem R$ 2 mil, mas movimentam R$ 600 mil em um mês. Em dois anos, alguns chegaram a movimentar R$ 9 milhões. Essa atividade dá oxigênio ao crime ao transformar dinheiro ilegal em patrimônio aparentemente lícito”, destacou.
Ação integrada e alcance interestadual
As diligências ocorreram em diversos bairros de Maceió e Região Metropolitana, como Rio Largo, Cidade Universitária, Serraria, Benedito Bentes, Antares, Tabuleiro e Jatiúca. A operação também se estendeu ao Agreste, em Arapiraca, e ao estado de São Paulo, demonstrando a estrutura capilar da organização.
A Tenebris é um desdobramento da Operação Lavagem Paulista, deflagrada em setembro deste ano, que já havia revelado a atuação articulada do grupo.
Vínculos com o tráfico e adulteração de veículos
Segundo Araújo, parte dos investigados já tinha histórico por tráfico de drogas. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidas drogas, armas de fogo, carros, celulares e computadores. A operação também resultou em três termos circunstanciados por posse de drogas e uma prisão em flagrante por tráfico.
Alguns suspeitos utilizavam comércios de veículos para escoar o dinheiro criminoso, e parte deles possuía antecedentes por adulteração automotiva.
Ligação com facção criminosa
As investigações apontam que a estrutura de lavagem de dinheiro é utilizada para abastecer uma grande facção atuante no estado. O principal alvo preso na primeira fase da operação era apontado como chefe de uma facção em Alagoas, com indícios de articulação com criminosos de outros estados.
Ofensiva contra o crime organizado
A Operação Tenebris Tuning representa uma das maiores ações recentes contra o crime organizado no estado, com foco em bloquear recursos ilícitos e responsabilizar todos os envolvidos.

