Pesquisadores da França e do Reino Unido realizaram uma ampla revisão de estudos sobre tratamentos complementares para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e não encontraram evidências sólidas que sustentem sua indicação. O levantamento também destacou a falta de avaliações sobre a segurança dessas terapias.
A revisão incluiu 19 tipos de terapias, como musicoterapia, acupuntura, fitoterapia, métodos com animais, além do uso de probióticos e vitamina D. Ao todo, os pesquisadores analisaram 248 meta-análises, abrangendo cerca de 200 ensaios clínicos com aproximadamente 10 mil participantes, buscando avaliar tanto a eficácia quanto a segurança das chamadas medicinas complementares, alternativas e integrativas (MACIs) no tratamento do autismo.
Embora alguns tratamentos tenham apresentado sinais de efeito positivo, a maior parte das terapias mostrou evidências fracas sobre sua eficácia. Outro ponto destacado pelos pesquisadores foi a ausência de avaliações de segurança: menos da metade das terapias estudadas passou por testes de aceitabilidade, tolerabilidade ou registro de eventos adversos.
O estudo foi conduzido pela Universidade de Paris Nanterre e pela Universidade Paris Cité, na França, em parceria com a Universidade de Southampton, no Reino Unido. Os resultados foram publicados nesta quinta-feira (28) na revista científica Nature Human Behavior.
Indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA) enfrentam desafios na comunicação e na compreensão das emoções e pensamentos alheios. A condição também é marcada por sensibilidade a estímulos sensoriais, ansiedade em situações novas e comportamentos repetitivos.
Richard Delorme, um dos autores do estudo, destaca que muitos pais recorrem a terapias alternativas na esperança de benefícios sem efeitos colaterais. No entanto, ele alerta que é fundamental avaliar cientificamente essas abordagens antes de considerá-las.













