Nesta quarta (23), o advogado criminalista Cleber Lopes, divulgou um vídeo em suas redes sociais criticando fortemente o Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes pelaa conduta de recolher e lacrar os telefones dos advogados que participavam da sessão de julgamento de ontem (22).
O advogado afirma que a advocacia brasileira está “envergonhada” com a decisão do ministro. Lopes também destaca que há situações em excepcionais em que o Estado possa intervir no exercício da profissão, mas que isso não pode ser a regra.
“A advocacia do Brasil está envergonhada. Envergonhada porque não tem a proteção institucional. É lamentável o que aconteceu ontem (22) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Eu não defendo uma imunidade absoluta dos advogados, mas também não defendo que nenhum advogado, em nenhuma restrição à suas atividades. Há exceções, mas isso não pode ser a regra”, disse.
Cleber continuou, afirmando que o advogado não pode ser tratado como suspeito e que goza da presunção legal da boa fé. Disse também que o Supremo deve identificar e punir individualmente o advogado que fizer uma possível gravação e divulgação clandestina de algum julgamento na Corte.
“O advogado não pode ser tratado como suspeito a priori, pois a advocacia goza de presunção legal de boa fé. Se o Supremo está preocupado com uma eventual gravação clandestina e divulgação cclandestina de julgamento, o Supremo precisa identificar quem é o advogado que está fazendo isso e puni-lo individualmente”, rebateu.
Por fim, questionou ao ministro Zanin se o Procurador-Geral da República também teve seu celular recolhido e lacrado, além de pedir ao ministro que encerre esse procedimento.
“Eminente Presidente ministro Zanin, vossa excelência que veio da advocacia, que sofreu as angustias do exercício da advocacia, vossa excelência não pode continuar com esse procedimento. Será que o Procurador-Geral da Rpública teve o seu celular recolhido e lacrado também?, completou.
A Corte, na ultima terça (22), começou a julgar o grupo operacional suspeito de dar suporte operacional às ações que sustentariam um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, em 2022.